O Cristadelfianos são um pequeno corpo religioso que tentou voltar à fé e ao carácter da primitiva igreja cristã dos primeiros tempos do Novo Testamento.
O nome "Cristadelfianos" tem sido usado por um período de quase 150 anos. Vem de duas palavras gregas e significa "Irmãos e irmãs em Cristo".
(veja Mateus 23:8 Colossences 1:2 e Hebreus 2:11)
Nós estamos presentes em cerca de 120 países por todo o mundo com grupos grandes de Cristadelfianos no Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, América do Norte, Índia, Ásia e África. Como os primeiros cristãos , nós reunimo-nos em casas, em salões alugados e em alguns casos, nos nossos próprios salões.
(veja Actos 1:13-14, 2:46-47, 18:7, 19:9, 28:30)
Nós somos uma comunidade cuja configuração foi modelada após a a igreja cristã do primeiro século. Cada congregação é chamada de Eclésia. (a palavra grega do Novo Testamento para igreja). Nós não temos pastores pagos ou uma hierarquia da igreja. Os membros de cada congregação são chamados de irmão ou irmã, e todos estão envolvidos na organização das nossas actividades. Todos os membros contribuem com o seu tempo, recursos e energia voluntariamente no serviço a Deus. Uma forte crença comum une a nossa irmandade.
(veja Romanos 12:4-8; 1 Coríntios 12:4-27; Gálatas 3:28)
Nós aceitamos a Bíblia como o nosso único guia e acreditamos que é a inspirada Palavra de Deus. A irmandade está aberta àqueles de crença similar após serem baptizados (imersão completa em água).
Muitos crentes desde o tempo dos apóstolos mantiveram a mesma fé que o Cristadelfianos. Tem havido incontáveis comunidades independentes em torno do mundo que estudaram ardentemente a Bíblia e aceitaram o seu ensino simples.
As crenças e costumes dos Cristadelfianos podem ser encontradas desde o Novo Testamento até aos cristãos do 1.º e 2.º séculos em documentos como a epístola de Clemente, a Didaqué e o credo dos apóstolos.
Com o surgimento da liberdade religiosa na Europa na Reforma do século XVI , as mesmas crenças e costumes ressurgiram em grupos baseados na Bíblia tais como os Anabaptistas Suíços e os Socianos Polacos. Os primeiros Baptistas Ingleses mantiveram crenças similares (embora estas crenças já não sejam actualmente mantidas pelos Baptistas). No século XVIII muitas figuras de destaque do Iluminismo como Isaac Newton e William Whiston mantinham estas crenças.
O movimento moderno dos Cristadelfianos tem sua origem por volta de 1830s, uma época de renascimento e reforma na América e na Inglaterra. Na América um médico, John Thomas, publicou o "O Arauto do Reino" ("Herald of the Kingom"), onde expôs o ensino da Bíblia acerca da ressurreição e do Reino de Deus. Na Grã-Bretanha um jornalista chamado Robert Roberts abraçou a mesma causa no "Embaixador da Era Vindoura"("Ambassador of the Coming Age"). Dr. Thomas e Roberts não fizeram nenhuma reivindicação de visões ou revelações - somente de tentar ser estudantes honestos da Bíblia.
Quando a guerra civil americana começou em 1861 aqueles grupos cristãos que não combatiam era requerido que se registassem no governo da União. Sam Coffman e outros irmãos do condado de Ogle, Illinois, registaram-se como "irmãos em Cristo, ou numa palavra Cristadelfianos". Este nome foi rapidamente adoptado por muitos grupos de crentes que partilhavam das mesmas crenças na América e Grã-Bretanha. Desde então, os grupos independentes de Cristadelfianos têm sido estabelecidos em todos os países de todo o mundo.
As secções seguintes apresentarão:
Acreditamos que a Bíblia é a única mensagem revelada por Deus à humanidade, dada para trazer indivíduos à fé em Deus e no Seu filho. É a nossa única autoridade e deve ser lida com devoção e com cuidado em cada oportunidade.
(2 Timóteo 3:16-17; 1 Pedro 1:10-12, 2 Pedro 1:20-21, Actos 17:11; Efésios 2:20; Romanos 16:26)
Existe somente um Deus, eterno e imortal. Jesus Cristo é seu o filho primogénito, e o Espírito Santo é o seu poder.
(Deuteronómio 6:4; Lucas 1:35; Actos 1:8; Coríntios 1 8:6; 1 Timóteo 1:17, 2:5, 6:16)
O homem é mortal e pecador perante Deus. Todo o seu ser é propenso ao pecado e o castigo para o pecado é a morte - o fim de toda a vida.
(Jeremias 17:9; Marcos 7:21-23; Romanos 3:23; Tiago 1:13-15; Romanos 6:23; Eclesiastes 9:5,10; Salmos 115:17, 146:4)
A única esperança de vida depois da morte é a ressurreição do corpo e vida eterna no Reino de Deus na terra.
(Salmos 49:12-20; João 11:25-26; Actos 24:15; Romanos 8:22-39; Coríntios 1 15:12; Apocalipse 5:10, 20:4)
O Evangelho é inseparável das promessas que Deus fez a Abraão e a David no tempo do Velho Testamento. Estas promessas são cumpridas em Jesus Cristo.
(Actos 13:32; Génesis 13:14-17, 22:15-18; 2 Samuel 7:12,16; Lucas 1:31-33; Gálatas 3:6-9,16,26- 29)
No seu amor, Deus enviou o seu filho, Jesus, o homem, ao mundo para salvar a humanidade dos seus pecados. Aqueles que crêem nele não perecerão, mas têm a vida eterna.
(Mateus1:20-21, 3:17; Lucas 1:35; João 3:16)
Jesus era sem pecado. Morreu para mostrar a justiça de Deus e para redimir aqueles que recebem este sacrifício pela fé. Deus ressuscitou-o dos mortos, deu-lhe imortalidade, concedeu-lhe toda a autoridade no céu e na terra e colocou-o como mediador entre Deus e os homens.
(Romanos 3:21-26; Efésios 1:19-23; 1 Timóteo 2:5-6; Hebreus 4:14-16)
Brevemente Jesus retornará à terra. Então ressuscitará muitos dos mortos, julgá-los-á com os vivos, e concederá aos fiéis a vida eterna no Reino de Deus.
(Daniel 12:2; Mateus 25:31-34; Lucas 21:20-32; João 5:28-29; Actos 1:11; 2 Tim 4:1; Apocalipse 22:12)
O Reino de Deus será estabelecido na terra. Jesus será rei em Jerusalém; o seu governo será mundial e trará justiça e paz eternas.
(Salmos 72; Isaías 2:2-4, 9:6-7, 11:1-9, 61:1-11; Jeremias 3:17; Daniel 2:44, 7:14,27; Actos 3:21)
O caminho para entrar no Reino de Deus é pela fé. Isto envolve crer na Bíblia e obediência à suas exigências, que os homens e as mulheres confessem os seus pecados, arrependam-se, sejam baptizados e sigam Jesus fielmente.
(Mateus 16:24-27; Marcos 16:16; João 3:3-5; Actos 2:37-38, 4:12; 2 Timóteo 3:15; Hebreus 11:6)
É-nos perguntado frequentemente; "Qual é a diferença entre vocês e os outros grupos Cristãos?" Aparte da nossa organização distintiva (sem clero ou hierarquia), algumas das nossas doutrinas são completamente diferentes da maioria das igrejas:
Nós rejeitamos a doutrina da trindade, que se desenvolveu após a morte e ressurreição de Jesus em consequência de disputas dentro da igreja (Concílio de Niceia 325 d.C). A Bíblia ensina que Jesus era o filho de Deus e não que pré-existiu no céu como "Deus Filho".
A trindade diminui a obra de Cristo negando a sua humanidade e a realidade da sua morte. Pois se fosse Deus não seria tentado, e não poderia morrer.
(1 Timóteo 2:5; 1 Coríntios 11:3; Hebreus 5:8)
Rejeitamos também a ideia popular de uma alma imortal que vai para o céu quando se morre. A Bíblia ensina que a única esperança para a vida eterna é ressurreição quando Jesus retornar e viver para sempre com ele no Reino de Deus.
(João 3:13; Actos 2:34; 1 Tessalonicenses 4:16)
Acreditamos que o baptismo é essencial e que somente para adultos. Deitar umas gotas de água na cabeça dos bebés não é baptismo.
(João 3:5, Colossenses 2:12; 1 Pedro 3:21)
Acreditamos também que a Bíblia usa "diabo" como símbolo da natureza humana pecadora, e assim rejeitamos a doutrina de um tentador sobrenatural.
(Isaías 45:7; Marcos 8:33; João 6:70; Hebreus 1:14)
A Bíblia é a autoridade onde baseamos as nossas vidas. Um costume difundido entre os Cristadelfianos é o de ler a Bíblia todos os dia usando uma plano de leitura que nos permite ler sistematicamente uma vez o Velho Testamento e o Novo Testamento duas vezes por ano. Muitos lêem muito mais do que está no plano de leitura.
(Romanos 15:4; 1 Tessalonicenses 2:13; Tiago 1:22; 2 Timóteo 2:15)
Seguindo o exemplo do Novo Testamento, e as instruções de Cristo, nós oramos a Deus, nosso Pai Celestial, em nome do seu filho, Jesus - em vez de orar a Jesus. Isto não nos impede de ter um relacionamento pessoal com Jesus, pois sabe as nossas fraquezas.
(João 15:16,16:26; Hebreus 2:15)
Seguindo o ensino e exemplo do apóstolo Paulo, todos os Cristadelfianos têm como objectivo sustentarem-se a si mesmos e as suas famílias pelo trabalho honesto. Determinadas profissões (política, forças armadas, polícia, lei criminal) são evitadas.
(Timóteo 5:8 De I; 2 Tessalonicenses 3:6-12)
O relacionamento entre o marido e a esposa é paralelo ao relacionamento entre Cristo e a sua igreja. Consequentemente a união deve ser tratada com a máxima santidade. As crianças são criadas no conhecimento de Deus, indo à escola dominical e em leituras diárias da Bíblia com seus pais. As pessoas idosas são cuidadas pelas suas famílias e pela irmandade.
(Efésios 5:22-33, 6:4; 1 Timóteo 5:4)
Os Cristadelfianos estão, individualmente e em grupos, envolvidos em acções de caridade e dádivas. No entanto nós tentamos não "sermos vistos dos homens"(Mateus 23:5), e também não misturamos a caridade com a pregação para evitar que as pessoas venham a Cristo por razões erradas.
(Gálatas 6:10; Tiago 1:27, 2:15-16; Mateus 6:1-4; João 6:26)
Nós não pagamos o dízimo (dar 10% dos nossos rendimentos à igreja) porque no Velho Testamento o dízimo era para mantimento do sacerdócio (Levita) - que foi abolido.
(Números 18:24; Hebreus 7:1-28)
O baptismo deve ser seguido de um esforço para mudar nossas vidas, viver pelo Espírito e não pela Carne. Através disto não estamos a falar dos poderes sobrenaturais do Espírito, nem que a Carne (ou 'Diabo') é um poder sobrenatural, mas nós reconhecemos que Deus actua nas nossas vidas tanto através da Sua palavra, e Providência.
(Romanos 6:1-4; Marque 14:38, Gálatas 5:22-25)
Tentamos confiar inteiramente em Deus e desenvolver uma fé que seja activa na oração e em boas obras. Ao mesmo tempo, no entanto, reconhecemos que a salvação é pela graça.
(Efésios 2:8)
Com a ajuda de Deus, procuramos agradar e obedecer-lhe todos os dias, tentando imitar Cristo que fielmente obedeceu ao seu Pai. Consequentemente esforçamo-nos para ser entusiásticos no trabalho, leais no casamento, generosos no dar, dedicados na pregação, e felizes no nosso Deus.
Uma vez por semana reunimo-nos para adorar a Deus, e relembrar o sacrifício do Seu Filho Jesus partindo o pão e tomando o vinho. Todos os que são baptizados tomam do pão e do vinho
(1Coríntios 11:23-26, 12:13; Mateus 26:26-30)
À parte do pão e do vinho esta reunião consiste de orações, na leitura de dois ou três capítulos da Bíblia, diversos cânticos, e numa 'exortação' (palavra de encorajamento) baseada na bíblia. Cada semana falará um irmão diferente.
(Efésios 5:19, 1 Timóteo 4:13, Hebreus 3:13)
A participação nesta reunião é o foco da nossa vida religiosa. Na maioria dos países esta reunião é realizada no domingo, embora possa se realizar noutro dia (por exemplo no sábado no Nepal e numa sexta-feira no Bangladesh) onde o domingo não é dia de descanso. As crianças aprendem bre o Bíblia na escola dominical.
(Actos 2:42, 20:7, 1 Coríntios 16:2)
A maioria dos grupos locais têm também durante a semana uma ou mais classes Bíblicas à noite assim como actividades em grupo para jovens.
Os Cristadelfianos não têm escolas teológicas ou seminários, em vez disso existem Escolas Bíblicas para todos os membros. Todos os anos muitos Cristadelfianos passam uma semana ou alguns finsde- semana numa Escola Bíblica ou Acampamento de Estudo Bíblico que são organizados em instalações alugadas a faculdades ou a outras igrejas.
Nestas escolas existem geralmente dois ou três oradores, cada um escolhe um livro da Bíblia como tópico.
Cada 'eclésia' é independente. Não há qualquer 'liderança' nacional, ou internacional ou sede. Mas os Cristadelfianos compartilham uma irmandade mundial baseada numa fé comum. Desta maneira as relações entre as assembleias são mais como uma família do que em muitas igrejas tradicionais. Este é o modelo tirado do Novo Testamento.
(Efésios 3:15,4:1-6, 1 João 1:6-7)
A igreja original de Jerusalém teve doze anciãos responsáveis pelo "ministério da palavra" (pregação e ensino), e sete diáconos responsáveis pelo "ministério das mesas" (bem-estar). Do mesmo modo a igreja em Éfeso teve diversos superintendentes (literalmente "bispos"), querendo dizer anciãos. Isto vai contra às modernas assembleias que têm um homem como um pastor pago.
(Mateus 23:8-11, Actos 1:23-26, 6:1-6, 20:28)
Cada eclésia tenta pregar as Boas Novas do Reino e ensinar o nome de Jesus Christ na sua área local.
(Actos 8:12, 28:31; 2 Timóteo 4:2)
Alguns membros viajam para o estrangeiro para ajudar os irmãos e as irmãs locais. Como na sua terra estes voluntários não são pagos.
(Actos 20:33-34; 1 Tessalonicenses 2:9)
Os Cristadefianos operam uma série de seminários Bíblicos, e Acampamentos Bíblicos em muitos países, e distribuem literatura Bíblica e revistas gratuitamente. Como Paulo temos como objectivo evangelizar de graça.
(1 Coríntios 9:18)
Os Cristadelfianos são uma comunidade muito unida que trabalha no serviço de Deus de todas as maneiras que podermos. Se você quiser mais informações por favor contacte-nos através do nosso email .
Rob Hyndman
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