Literatura - Artigos Boas Novas - O poder da oração

O PODER DA ORAÇÃO


A oração é o tema mais difícil de se falar porque não é realmente algo de que se fale mas é um privilégio que deve ser praticado com reverência, fervor e frequência.

Algumas pessoas só pensam em Deus em tempos de crise nacional ou quando têm problemas em suas vidas. Já notou que quando rebentou a crise financeira em várias partes do mundo, a palavra "oração" começou a ser usada muito mais pelos média do que normalmente o fazem? O mesmo fenómeno ocorreu em 11 de Setembro de 2001 - quando aqueles dois aviões embateram contra o World Trade Center em Nova Iorque.

Parece que somente em tempos de guerra ou de crise é que as pessoas viram-se para a oração. Alguns usam a oração como se fosse um extintor de fogo; como que viesse com a mensagem - "Usar só em caso de emergência". As pessoas parecem acreditar que podem se desenrascar bem por si sós na maioria do tempo, mas ocasionalmente precisam de um Deus a quem podem orar, fazer pedidos, culpar, ou amaldiçoar.

Deus Está No Céu

Como discípulos do Senhor Jesus acreditamos num Ser espiritual pessoal e eterno que está no céu e que é misericordioso, atencioso, paciente e abundante em bondade e verdade. Também estamos convencidos de que Ele escolheu revelar-Se à humanidade não somente na Sua Palavra, a Bíblia, mas também através da personalidade do Seu Filho unigénito (veja Hebreus 11:6 e João 14:6-9). Tudo o que podemos conhecer sobre as Suas intenções para com a Sua criação, Deus nos explicou na Sua Palavra - a Santa Bíblia. Se a nossas orações são para ser reais e com sentido temos que aceitar o que Deus revelou e acreditar no gracioso propósito de Deus para com a Sua criação.

Na Sua infinita sabedoria, Deus criou a humanidade com uma habilidade aparentemente algo perversa. Todos nós temos a habilidade de voltar as costas ao nosso Criador, se o desejarmos. Isto é a razão pela qual muitas vezes pensamos que conseguimos fazer tudo sem Deus (exceto em certas circunstâncias) e é a razão pela qual as pessoas muitas das vezes decidem que não existe um objetivo claro para a vida. Tantas pessoas vêem a vida presente como uma sequência de eventos aleatórios em vez do que uma preparação para a vida eterna. Para elas, coisas acontecem e Deus não entra de todo no quadro que pintam da vida. Mas Deus está no céu, quer aceitemos esse facto ou não.

Chegando Perto

Para aqueles de nós que vieram a aceitar as intenções reveladas de Deus, a situação é bem diferente. A oração expressa o desejo dos homens e mulheres de fazerem parte do gracioso propósito de Deus e de estar perto Dele. No coração de um que ora com reverência, fervor e com frequência existe um desejo ardente em louvar e servir Deus e de ser capaz de chegar bem perto Dele. Tal pessoa reconhece a imutabilidade de Deus, o Seu poder infinito e o Seu amor inefável que mostrou ao mundo através do Seu Filho. No entanto também existe a compreensão da parte de tal pessoa que ele ou ela tem uma natureza rebelde, da qual já falámos, e que quer ser independente de Deus. Existem dois problemas que nos confrontam imediatamente:

1 - Este espírito de rebelião encontra a sua expressão no pecado, um termo que simplesmente significa fazer o que é errado. Esta atitude mental tornou-se numa barreira que as pessoas levantam entre elas e o seu Criador. No entanto Deus, em Sua graciosa misericórdia, tornou possível que esta barreira seja removida.

2 - No geral, a humanidade está cega para o facto de que sofremos do que devemos chamar uma doença terminal e até que nos apercebamos do significado da nossa mortalidade -  que iremos morrer - não entenderemos a importância de encontrar o remédio providenciado por Deus. Pois já existe uma cura!

Como alguém uma vez escreveu:

"O Salvador da humanidade, Jesus de Nazaré conduziu a sua vida até à morte voluntária como um ato da graça da redenção para que o homem fosse liberto da escravidão do pecado e preparado para participar na terra limpa do mal e cheia da glória divina". Isto é exatamente o que diz João no seu evangelho (João 3:16) e na sua primeira carta (1 João 4:10).

Encontrando Segurança

Só existe um refúgio para as tempestades da vida. E este é Deus. Como o Salmista uma vez escreveu:

"O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio" (Salmo 91:1,2).

O apóstolo Paulo, ao escrever aos crentes Cristãos do primeiro século em Éfeso, maravilha-se com o plano de Deus para a salvação da humanidade. Ele sente-se compelido a agradecer de coração ao começar o terceiro capítulo. No entanto, ele imediatamente se detém (veja Efésios3, versículos 14-21). Ele fica dominado pela graça abundante e misericórdia de Deus que não somente incluiu os Judeus mas também os Gentios nos Seus planos maravilhosos. A sua oração é que o seus leitores (e isso inclui todos nós) sejam transformados de homens e mulheres que sofrem de uma enfermidade terminal (mortalidade) em homens e mulheres que tonaram-se novas criaturas aos olhos de Deus.

Tais pessoas não estão mais condenadas ao esquecimento eterno da morte, pois largaram-se do seu antigo "eu" e tomaram uma nova identidade. São pessoas em cujos corações Cristo habita pela fé. São pessoas que agora entendem algo do propósito de Deus - e podem fazer parte dele. Vieram a aceitar a tremenda graça e misericórdia de Deus expressa nas palavras - "Vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino".

Transformação

Assim, o poder da oração para o ser humano que começou uma vida nova em Cristo é tão grande que pode ser transformado de pecador em santo; de prisioneiro do pecado em alguém livre em Cristo; de uma pessoa condenada à morte, a filho amado de Deus. E ainda há mais! O novo homem em Cristo que foi gerado pela Palavra de Deus e batizado no nome salvador de Jesus, é alguém que deve continuar a viver esta vida mortal, sujeita a todos os altos e baixos, tentações e provações e a todos os momentos de alegria e tristeza.

Como é então a vida em Cristo diferente? É diferente no sentido que o crente rendeu a sua vida a Deus - a um Deus que pode ser agora chamado de "Pai". As batalhas da vida não precisam mais de ser enfrentadas sozinhos, pois Deus está sempre perto e pode-se falar com Ele em oração. Oração é a oportunidade de estar a sós com Ele no sossego da Sua presença, em qualquer lugar e a qualquer altura do dia ou da noite. Podemos assim deixar de lado as coisas que nos afligem e nos agitam todos os dias e entrar na serena presença de Deus.

Aqueles homens e mulheres que procuram sempre algo para os satisfazer, que gostam muito de "fugir de tudo por um pouco de tempo" falharam no sentido essencial da mensagem do evangelho. Deixemos as nossas mentes centrarem-se nestas Escrituras (Mateus 6:6; João 17:15-21; 1 Tessalonicenses 5:16-23; 1 Timóteo 6:6). Até o Senhor Jesus precisava de fazer isto e ter estes momentos de calmaria (Marcos 6:31-34&46). Se ele precisava disso, também nós precisamos.

Chegar até Deus

Numa parábola que Jesus ensinou, o filho mais novo de uma família rica deu as costas ao seu pai, exigiu a sua herança, e saiu de casa. Tudo esteve bem enquanto os seus bolsos estiveram cheios e podia comprar os seus amigos. Mas assim que aqueles bolsos ficaram vazios, Lucas diz-nos que "começou a passar necessidades". Ele depois compôs o que de facto é uma oração ao seu pai (Lucas 15:18-19). Todo o tempo em que ele estivera fora esse mesmo pai esteve ansiosamente esperando pelo seu retorno e as palavras preparadas pelo filho são abreviadas por aquele pai amoroso (Lucas 15:20-24).

No entanto aqueles que vieram a Deus em oração através de Cristo têm um maior privilégio que aquele filho. Porque Jesus nos entende tão bem, ele próprio leva as nossas orações perante o trono da graça do Pai (Hebreus 10:22 e 1 João 1:9). Ele está ao nosso lado, como estivesse pegando na nossa mão, quando procuramos o perdão para os nossos pecados.

Mesmo assim, existem alturas em que não sabemos o que dizer nas nossas orações. Talvez estejamos doentes ou com dor; preocupados ou angustiados; sobrecarregados ou até destroçados. Mas porque confiámos as nossas vidas a Ele podemos desfrutar deste imenso privilégio de chamarmos Deus de nosso Pai no céu. E existe o maior sentido possível de confiança pois as Escrituras dizem:

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

O crente confia implicitamente no Pai e deixa-Lhe a resolução de problemas aparentemente sem fim, não como um último recurso mas como uma prioridade. Por isso, suplico-vos, não coloquem a vossa confiança na incerteza das promessas feitas pelos homens. Não dependam das esperanças oferecidas pelos políticos ou sociólogos, não importa quão bem intencionadas sejam. Em vez disso, aproximem-se do Deus Vivo através do Seu Filho, venham conhecer o poder real da oração no conhecimento que Deus prometeu:

"Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará... Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios... Porque os malfeitores serão exterminados, mas os que esperam no SENHOR possuirão a terra... Os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz" (Salmo 37:4-5,7,9,11).

Trevor A Pritchard

(Article: The Power Of Prayer, Glad Tidings 1506, pag. 5-8)

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